quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Fim

Acabou.

Sim, vou deixar de fazer Sumo de Kiwi.
Este é o meu último texto. Vou escrevê-lo sem fazer correcções: o que sair é o que fica. E sinto que vai ficar enorme.

Existem algumas razões para decidir deixar de escrever aqui: em primeiro lugar porque as realidades informáticas alteraram-se, ou seja, se dantes eu escrevia as minhas notas, pensamentos e textos aqui, actualmente divido isso entre o Facebook e os jornais onde vou escrevendo, actualmente n’ “O Torrejano”; em segundo lugar porque pretendo alocar o tempo que perdia a organizar o blog (ultimamente muito pouco) noutras prioridades, nomeadamente num projecto pessoal que tenho desenvolvido lentamente mas que aparecerá; em terceiro lugar porque, na verdade, duvido que alguém leia isto sem ser por caridade.

Quando comecei a escrever aqui fi-lo porque, na altura, precisava, de algum modo, de me sentir útil. A minha vida estava, como muitos dos que leiem isto sabem, num marasmo em que todos os sentidos davam a becos sem saída.Levei muita pancada (metaforicamente falando) e sobrevivi. Encontrei novos rumos e neste momento, mais tarde do que alguma vez imaginei, sei que vou conseguir.


Desde 2007 que atravesso a fase mais difícil da minha vida. Parece que acabar o curso é pouco mais que uma miragem. Ter comigo as chaves de 3 ou 4 casas mas não poder chamar “lar” a nenhuma delas é muito mais doloroso do que alguma vez imaginei. Se alguma vez chorei? Chorei muito e hei-de chorar mais. Mas hei-de conseguir. Vocês sabem o que hei-de conseguir.


Porque tenho em mim algo que, por mais portas e janelas que me tenham fechado, nunca me tiraram: a minha liberdade e a minha honra.
A liberdade de pensar. De sonhar. De imaginar. Foi isso que, juntando a outras coisas, nunca me fizeram desistir. Quando, por vezes, ficava à noite abraçado ao Gui num recanto escuro e chorava em silêncio para ninguém ouvir a única coisa que me era permitido fazer sem ser castrado era pensar. É por isso que gosto tanto de pensar. Penso o que eu quiser. Sou o que quiser. E armo bases para que nunca ninguém se esqueça que eu existo.


Pensem. Sonhem. Porque quando perderem isso, perdem a vossa identidade. Deixam de existir.


Quando comecei a escrever já tinha saído de casa nas circunstâncias que muitos de vós sabem.
Neste entretanto, perdi o João.
Já alguma vez acordaram de um sonho em que parece que estão a cair de um prédio e não há terreno firme para pisarem? Essa é a denominada sensação de chão a fugir dos pés.
Agora imaginem o que é sentir isso. Sem ser a sonhar. Sentir isso bem acordados.
Eu senti. Não queiram sentir.


A morte do João naquela altura foi como estar num ringue de boxe prestes a perder e quando me tento levantar do chão levo um soco que me deixa KO.
No dia em que vi o João na cama do hospital soube que ele ia morrer. Saí do quarto completamente alucinado. Lembro-me de bater com a cabeça numa janela do Hospital de Santa Maria e de alguém me tentar agarrar antes de cair desamparado no chão a chorar como se me tivessem tirado, precisamente, o chão que piso.


Se essa dor já passou? Não. Claro que não.
Nem nunca vai passar. Perder assim o nosso melhor amigo é uma doença crónica.

Há uns dias disse a alguém que “posso um dia conseguir tudo o que uma pessoa deseja, tudo o que se possa imaginar mas faltar-me-á sempre o João”. Isso impede-me de ser plenamente feliz. É impossível adormecer sem pensar no João.
Mas não, não tenham pena de mim. Eu não quero pena.
Quero que pensem como os vossos amigos são importantes, quero que vivam todos os dias dando graças de poder estar com eles, quero que cheguem ao pé dos vossos amigos, dos vossos pais, de quem vos é importante e não tenham medo de lhes dar um abraço e dizer “amo-te”.


Não tenham medo nem vergonha.
Acreditem, porque eu já aprendi, que essa é a maior riqueza que temos na vida.
Eu dava tudo, tudo mesmo, para poder por mais uma única vez ver o sorriso do João, dar-lhe um abraço e dizer-lhe “amo-te puto”.


Mas, embora não acredite na vida depois da morte, tenho esperança que exista. É irónico que a minha maior esperança seja algo em que categoricamente não acredito. Quero voltar a estar com ele.


Há pessoas a quem ainda posso fazer isso.
A minha mãe é, indubitavelmente, a pessoa mais importante a quem ainda posso dizer “amo-te”. Se eu sofri nestes 4 anos, ela sofreu ainda mais. Se eu chorei, ela chorou a dobrar. Se eu lutei, ela lutou sem ter forças. Devo-lhe mais do que aquilo que algum dia conseguirei dizer.

Sei que parece um lugar comum, mas no meu caso dizer que a minha mãe é a melhor do mundo ganha um significado extra. Torna-se mais profundo.


Tenho um orgulho imenso na minha mãe.


Há uma coisa que nunca vou poder fazer: julgá-la. E quem, por fora, o faz, não sabe do que fala. Não sabe sequer o que é sobreviver como ela sobreviveu. Não sabe nada e por isso não merece sequer que me digne a perder o meu tempo.


Tenho uma sorte dos diabos por ter nascido com esta virtude de saber ver, a tempo e horas, quem merece o meu amor. Apercebi-me disso com o João e faço-o com a minha mãe.
Amem. Digam que amam. Cheguem a casa e dêem uma flor à vossa mãe. Um dia vão querer dá-la e não podem. Dêem-lhe um beijo na testa em sinal de carinho e ternura. Fiquem em casa, à noite, a fazer-lhe companhia.
Acreditem, porque eu já aprendi, que não se vão arrepender.


Não tenham medo de beijar em público quem amam. De lhe agarrarem na mão, estando de joelhos, num sítio longíquo de todas as proibições e constrangimentos, de olharem nos olhos e dizerem “amo-te”.


Esse sítio de que vos falo é na vossa mente. Libertem-se.
Acreditem, porque eu já aprendi, que é a sensação mais reconfortante que podem ter.


Continuo a ver no meu irmão um exemplo.
Sei que, sem o exemplo que ele sempre me transmitiu, eu provavelmente teria descarrilado e seria hoje uma pessoa esquecida, frustrada e revoltada comigo próprio.
Ganhar-lhe um jogo de Trivial continua a ser o desafio da minha vida. Mas não é por aí que ele é um exemplo. Ou melhor, é por aí também mas é mais pela força que ele sempre teve.


Vou contar-vos uma pequena história. O meu irmão teve um professor no 8º ano (onde ninguém marca a diferença, basicamente aos 13 anos todos os putos são parvos). 12 anos depois, num gabinete da Escola Secundária, eu estava numa contagem de votos para a Associação de Estudantes e o tal professor, para pôr conversa, pergunta-me de onde sou. Eu respondo-lhe que sou da Gouxaria e ele diz-me, num ar descontraído e enquanto analisa as listas de votantes, “ai é? Então e conhece lá um rapaz que é o André Filipe?”. Eu disse-lhe que sim, que é meu irmão. Para meu assombro, o professor parou o que estava a fazer e com o ar mais sério que lhe vi naquela noite coloca os óculos na ponta do nariz, olha-me por cima deles e diz-me: “você é irmão do André? Sabe uma coisa: o seu irmão foi o melhor aluno que passou por esta escola”.


Quando um professor diz isto, 12 anos depois, não se refere ao facto de um aluno do 8º ano gostar de ler e escrever. Para ainda se recordar dele assim é porque o marcou de uma forma muito mais profunda: enquanto homem. E quando uma pessoa com 13 anos marca um adulto desta forma, está destinado ao sucesso.


Felizmente encontrou-o. Não “graças a Deus” que eu cá odeio essa expressão. Foi graças a ele.


O Gui partiu também. Sei que por vezes parece exagerado o amor que tenho por ele.
Não é. A minha vida foi, em certos períodos, demasiado sofredora para que eu hoje ignore o que sentia quando chegava à noite e ele era o único amigo que tinha, o único conforto. Eu sei que ele me percebia, não duvidem. Sei que me olhava e se agachava em mim como quem quer dar um abraço.


Sei que ele será sempre na minha vida muito mais que uma memória longíqua, muito mais que um parágrafo num blog ou muito mais que dois caracteres chineses tatuados nas minhas costas.
É um amigo. É alguém de quem tenho imensas saudades.

Outras pessoas marcaram e continuam a marcar a minha vida.
Não vou falar tão pormenorizadamente mas quero deixar o devido obrigado a essas pessoas, muitas das quais já mencionadas no post Mudança, de 8 de Julho de 2008:


- aos meus avós maternos, em especial à minha avó, por todo o legado que me deixaram;
- à Ti Mina e ao Titó que foram muitas vezes meus pais e pelos quais terei sempre um carinho proporcional à dívida que nunca lhes conseguirei pagar pois fizeram por mim algo que nunca imaginei que fosse possível;
- à minha prima Sílvia que me dá a mão a toda a hora para que eu não tenha a tentação de cair;
- à Joana (Companheira) que eu continuo a amar como se ama uma irmã;
- à Ti Nanda, ao Cesário e à Patrícia que, mesmo com todos os azares, tiveram sempre algo para me oferecer: principalmente um conselho, uma mão amiga ou uma força que não nos deixa desistir;
- ao Manel e ao João Paulinho que continuam a fazer-me sorrir só de sorrirem;
- à Carlota que, inexplicavelmente, deu uma luz nova à minha vida. Vê-la sorrir torna tudo tão mais simples;
- ao Carlos que sempre se ofereceu para me proteger e eleva para lá de primo a condição que nos une;
- aos pais do João onde encontrei duas pessoas incrivelmente prestáveis e amigas com as quais terei eternamente uma ligação familiar;
- à Beta e à Cristina, também, porque, de formas diferentes, sabem sempre como me confortar o espiríto;
- à Sofia que, muito embora o tempo e a vida nos tenha levado para rumos distantes, continuo a ter por ela um carinho enorme que distância nenhuma conseguirá alguma vez apagar;
- ao Fábio, ao Filipe, à Ânia, à Mariana, à Sofia Raquel, à Tanixa, à Teles, à Núria, à Carolina, à Susana, à Marta, ao Jorge, à Sofia Frazão, à Solange, à Filipa Pedro, à Petxa, à Rita Vieira e à Inês, que tiveram, e muitos continuam a ter, uma importância extrema na minha vida;
- ao David que me mostrou como se podem ultrapassar todas as barreiras e como a verdadeira amizade sobrevive sempre;
- às professoras Leonilde e Cristina, duas mulheres que não consigo esquecer e ao professor Sérgio que, hoje reconheço, incutiu em mim valores importantíssimos;
- ao Ricardo, à Raquel, à Nini e à Marta, o melhor que ainda hoje guardo de Coimbra.
- ao Tiago, que tem valores indescritivéis como ser humano e uma das pessoas que mais orgulho tenho em conhecer;
- ao Tavares que, após estes anos todos, continua a ser um bom amigo no qual posso sempre confiar;

- à Daniela, que se revelou uma pessoa extraordinária e sem a qual a minha vida já não seria igual;
- ao Luís André, ao Nuno Miguel e ao Rui Flora, três amigos para além da condição que essa palavra oferece. Encontrá-los, em qualquer altura da minha vida, faz-me sempre lembrar dos melhores momentos da minha vida. Ao Rui, destaco também, o exemplo que ele é enquanto pessoa;
- à Rita porque será sempre um motivo de alegria na minha vida. Imagino-me daqui a 20 anos, ambos adultos com vida própria, e ainda a dizer piadas parvas um ao outro. O sorriso daquela míuda e a relação que tenho com ela não tem preço;
- à Diana, que será sempre a minha eterna namorada;
- ao Francisco e à Matilde. Não encontro palavras que justifiquem o que é estar com aqueles meninos. Um dia que saia de Lisboa, eles serão provavelmente a melhor recordação que levo;
- a todos aqueles que me têm dado a mão nestes anos e que eu não mencionei por puro lapso.




Nestes 3 anos, 3 meses e 10 dias escrevi sobre muita coisa. Principalmente sobre o que mais gosto. Não apagarei essas memórias até porque posso, mais tarde, acrescentar algum post.
Falei-vos de Fernando Pessoa, Sporting, Fado, Paz, Liberdade, Literatura, Amor, Música, Amizade, Arte, Cinema, Religião, U2, Bruno Aleixo, Maradona, Princesa Diana, Aung San Suu Kyi, Nelson Mandela, Memórias, História, Política, Sociedade, Economia, Desporto ou simplesmente sobre a minha vida. Existem outras que vos falei menos ou nem sequer mencionei mas que fazem parte de mim de uma forma ou de outra. A Gouxaria, e o Boomerang em particular, são coisas que me deixam saudades.



Isto é o que eu penso.
E eu sou aquilo que penso. Serei sempre.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Efemérides

Existem dois factos históricos que se comemoram hoje que, pelo facto de me sentir identificado com os seus protagonistas, me sinto na tentação de lembrar, aqui, no Sumo de Kiwi.

Em primeiro lugar, e porque não poderia deixar de ser, faz hoje 105 anos que nasceu aquele que é o meu clube do coração e um dos meus grandes amores na vida: o Sporting Clube de Portugal.

Deixo aqui um pequeno excerto de um dos melhores filmes portugueses de sempre, 'O Leão da Estrela', em que António Silva e Artur Agostinho (um leão que se despediu de nós este ano) evocam o orgulho que é ser-se sportinguista.

"Dê cá a sua mão, se é leão é um homem de bem!".






Por último, sinto-me na liberdade de destacar uma das mulheres que mais aprecio na vida.
Talvez seja, a par de Aung San Suu Kyi, a mulher (mediática) que mais admiro: pela sua forma de viver, pela sua entrega aos outros, pela sua dedicação à causa social, pela sua coragem em ir contra poderes instalados, pela sua morte trágica, pela sua beleza inigualável.

Sim, eu acho-a mesmo uma das mulheres mais bonitas de sempre.

Se fosse viva, a Princesa Diana de Gales faria hoje 50 anos.
Infelizmente, faleceu com apenas 36 anos de idade, a 31 de Agosto de 1997.

Deixo, também, um vídeo de tributo à Princesa do Povo com a voz inigualável de Elton John interpretando "Candle in the Wind", tema que alterou propositadamente e cantou no funeral da malograda Princesa, em que destaco estes versos que espelham que Diana permanecerá eternamente viva para além da morte.

"Your candle burned out long before / Your legend ever did"
(A sua vela queimou-se muito antes / Da sua lenda se apagar).


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Sumo de Kiwi III


Pois é, o Sumo de Kiwi completa hoje 3 anos.

A quem ainda tem coragem e paciência para aqui vir de vez em quando a pensar "é desta que ele escreveu alguma coisa interessante" e depois se depara com textos medianos, os meus parabéns!

São pessoas de valor.

Aos outros que deixaram de vir ou nunca vieram... hein, não perdem grande coisa!

Mesmo assim, acho que o Sumo de Kiwi merece os Parabéns!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Dia D



Fez ontem 67 anos que se deu o Desembarque da Normandia em que os Aliados, sob o comando dos EUA, derrotaram as tropas Nazis e iniciaram assim um processo que culminaria com o fim da II Guerra Mundial.

Uma história deliciosa que vale a pena conhecer.

E, mais uma vez, os EUA na linha da frente lutando pela verdadeira democracia e liberdade.

Heróis.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Tudo Bons Rapazes

Ontem fiquei perplexo, como todos vós com certeza, ao ver cenas deprimentes em que uma série de jovens espancou uma rapariga de 14 anos na cidade de Lisboa.


Não posso acrescentar muito mais a isso do que aquilo que escrevi no dia 26 de Março de 2010 no extinto 'Pau de Dois Bicos' e que deixo hoje aqui para que possam ler (ou reler).


Apesar de o caso ser outro, o contexto é semelhante e a minha análise não podia continuar mais actual.




"O mundo atravessa, actualmente, um contexto social preocupante. Isso parece-me óbvio e a questão ganha, em Portugal, contornos agravados. Nos últimos trinta anos têm crescido em Portugal gerações contínuas de bons rapazes que procuram sempre o caminho mais fácil, mediocrizando os seus objectivos e recostando-se ao trabalho dos outros. Impera sempre a lei do “desenrascar”, do “amigo que deve um favor” ou do “lixar o parceiro”, como se diz na gíria popular.

Tudo isso tem uma base e, no nosso país, todos os sonhos de uma nação desenvolvida e cívica são arruinados à partida quando a base está frágil e dá sinais de podridão. Essa base, entendam, está na educação. A educação em Portugal é, globalmente, fraca. Não vos falo de maus professores, falo-vos de maus formadores que são conceitos distintos.
Mas, é preciso deixar claro, a educação não está apenas nas escolas: há maus formadores na escola e em casa.

Como escrevi há uns três anos no Soma & Segue, jamais me atreveria a insultar ou agredir um professor. Não que seja melhor que os calões e coitadinhos que a sociedade desculpa e contempla no seu formato de democracia exacerbada que nos tem roubado os valores de Abril, romantismos à parte. Estes rapazes são pessoas sem formação que em pequenos parecem inofensivos e que não lhes são incutidos valores básicos: hoje não se castiga porque o menino é engraçado, porque ele não fez por mal ou porque a professora é que embirra com ele; amanhã é tarde demais porque, o outrora menino, vive agora à custa de subsídios alimentados pelo trabalho daqueles que sempre se empenharam em ser reconhecidos pelo seu mérito, porque assalta e mata sem escrúpulos e anda à solta, porque destrói o contexto de sociedade harmonizada.
São tudo bons rapazes. Até ao dia em que deixam de o ser.

Eu teria sido igual a eles, não duvido. Mas não fui porque tenho valores que me foram incutidos na escola e em casa. Eu sabia que teria uma punição quando errasse: quando há crime, tem de haver castigo. Isso é rudimentar e não é preciso ler Dostoiévski para incutir ao próximo.

Esta crise de valores aguda agrava-se de geração para geração e o mais preocupante é que todos sopram para o lado fingindo não entender que o problema está ali, como um vírus mortal, e cresce ao nosso redor. É preciso entender o que se está a passar, sem dramatizar, e atacar a raiz do problema.
Acreditem: o que se passa actualmente é um vírus mortal que tem exterminado a nossa sociedade e os seus valores fundamentais.

A semana passada o país acordou para uma realidade que fingia não existir: os bons rapazes que nós aceitamos na nossa sociedade destruíram uma família em Mirandela e o medo que provocam numa criança inocente levou-a a, imaginem o desespero, num frio arrasador, despir-se todo e mergulhar nas águas geladas do Rio Tua. O Leandro era uma criança. Inocente, por sinal.

Onde estão os culpados neste momento?! Onde estão os formadores, e não professores, da Escola onde o Leandro estudava?! A justiça não castiga e há uma sensação de impunidade incutida no espírito do vilão que o leva a fazer o mal e ainda se ficar a rir disso.

Em Mirandela, há uma família destruída com os sonhos arrasados e que terá de viver com um fardo muito pesado para o resto da vida. A morte de um filho é uma doença crónica. Mas também em Mirandela, há um conjunto de miúdos que arruinaram essa família, que conscientemente e simplesmente por puro divertimento humilhavam e ameaçavam todos os dias o Leandro, mas que a justiça vai deixar passar impune.

Não alinho na ideologia barata que os psicólogos vendem de que existe em Portugal um bullying desmedido. É uma invenção. Entramos, com estas teorias, num exagero néscio que qualquer dia um miúdo, depois de cortar o cabelo, leva três “caldunços” de um colega e é caracterizado como vítima de bullying.
Li há dias uma entrevista de António Coimbra de Matos, reconhecido na área da psiquiatria e ex-professor na Faculdade de Psicologia de Lisboa e no ISPA, à revista Sábado em que ele dizia que “a anorexia não existe, é uma doença criada pelos psiquiatras e psicólogos que vivem à custa disso. O problema são as depressões”. Concordo, e defendo esta teoria há muitos anos. E penso o mesmo em relação ao bullying.

Quem matou o Leandro não foi o bullying. Foi a sociedade
."

quarta-feira, 23 de março de 2011

Já Lá Vem Outro Carreiro *


Gosto de política mas não me colo a opções partidárias.

O que aconteceu hoje foi o culminar de uma sede pelo poder tão descarada que só a ceguez do povo impede de descortinar.

Porque o povo quer é sangue, porque acredita sempre que o melhor está para vir.
Eu não acredito.

José Sócrates tinha muitos defeitos e muitas das suas políticas foram erradas.
Talvez não seja o Primeiro-Ministro ideal.

Mas só de imaginar que se lhe seguem Passos Coelho com o seu triunvirato de "Miguéis" (Relvas, Macedo e Frasquilho) sempre bem acompanhados pela reputação dos mesmos do costume (Catroga e Ferreira Leite) e que, caso não vença as eleições com maioria absoluta se aliará ao CDS do "inesgotável" Portas mais os seus amigos betinhos (como os anos passam e as coisas continuam iguais, já viram?) até tremo.

Como li há dias: "mudam as moscas mas a Mer...kel é a mesma!".

[* o título do post "Já lá vem outro carreiro" é um dos versos da música de José Mário Branco "A Formiga no Carreiro".]

O Leão Artur



Uma saudação muito especial a um homem que é um ícone em Portugal nas mais diversas áreas.

Jamais me esquecerei do seu papel como motorista de Anastácio (António Silva) num dos meus filmes preferidos de sempre: O Leão da Estrela.

Perdeu-se um grande homem cuja primeira imagem que recordo ao pensar em si é aquele sorriso enorme e contagiante tal como o seu talento que gravou com tinta de ouro na literatura, na representação, na televisão mas, sobretudo, na rádio e na imprensa escrita.

Dizemos adeus, também, a um grande sportinguista que relatou o golo de João Morais que deu a Taça das Taças ao Sporting em 1964.

Um até já, Artur.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Ele É Um Bom Companheiro


"E com um brilhozinho nos olhos
Tentamos saber
Para lá do que muito se amou:

Quem éramos nós
Quem queríamos ser
E quais as esperanças
Que a vida roubou! […]
Com um brilhozinho nos olhos
Guardei um amigo
Que é coisa que vale milhões!"


*[porque Amigos como tu não se esquecem, guardam-se por serem tão preciosos e raros.
Não importa quanto tempo dura, importa o que se fez e viveu enquanto durou.
É por isso que jamais te esquecerei.

Parabéns Puto!]

terça-feira, 8 de março de 2011

A Luta é Alegria




Camaradas, finalmente Portugal elegeu uma música que foge às melodias rascas numa mistura de degredo pop com letras banais dos últimos anos interpretadas por Rui Bandeira, Luciana Abreu, Non Stop, Flor do Lis, Filipa Azevedo, Sabrina, Vânia, Sofia ou MTM.
Parece que todo o país acordou no sábado para assistir pela primeira vez ao Festival da Canção desde 1980 e descobriram que os nossos concorrentes nos vão envergonhar no estrangeiro. Que atrevimento dos Homens da Luta; que hipocrisia de um povo musicalmente inculto!

Não é palhaçada. Julgo que o povo sentiu mesmo uma energia e uma ligação a esta música como um movimento de força a, essas sim, palhaçadas neste estado de injustiças.

Este país tem cada vez menos do povo. E isso também faz falta. Ignorar isso é uma parte importante da nossa falta de identidade que nos tem levado para um abismo, para uma geração de gente que não sabe o que é ser português, o que essa alma representa e o que são as nossas raízes.

E, mais importante que tudo, ignorar este tipo de mensagem é ter uma mente fechada e pouco conhecimento histórico deste concurso em Portugal pois, neste contexto, não podemos desassociar música e política. O Festival da Canção teve significado, para mim, pela primeira vez por um simples motivo: renasceu nesta música o tipo de mensagem que passava neste concurso até 1974, não obstante a melodia.

Não quero o Neto nem o Falâncio como governantes, naturalmente, como certamente eles também não querem isso. As pessoas confundem tudo ao darem exemplos do que poderá acontecer daqui para a frente tendo como base de exemplo esta vitória.
Tretas: nenhum emplastro será governante porque as pessoas sabem distinguir as coisas. Aliás, nenhum Primeiro-ministro ou Presidente da Republica que se recandidatou foi derrubado em votos portanto não vale a pena conceber-se teorias psicóticas com a intenção de desvalorizar a vitória dos Homens da Luta.

Nem sempre o local escolhido é o ideal mas serve de pretexto. Uma das mais genuínas manifestações contra o poder político que vi em Portugal foi a enorme assobiadela que o então Primeiro-ministro Durão Barroso levou na inauguração do Estádio da Luz.
Foi palhaçada e falta de educação? Talvez.
Mas isso não foi o essencial a tirar daquela situação.

Os Homens da Luta não estavam minimamente interessados na música. Se tivessem perdido tinham saído dali com a mesma atitude e o mesmo discurso e é isso que esta camada populacional que se preocupa mais com as aparências do que com a essência das coisas ainda não foi capaz de perceber. É que, como disseram os vencedores, “vale mais uma nota sentida que uma nota afinada”, partindo do principio que nos restantes existiam notas afinadas.

Por falar em atitude, foi lamentável a forma anti-desportiva e desrespeitadora pela decisão conjunta do júri e do público como os concorrentes derrotados assobiaram os vencedores na hora de receberem o troféu. Uma demonstração gritante daquilo que somos: porcos, feios e maus.

Portugal é assim e sempre será: continuamente fecham escolas e hospitais mas o que interessa é mostrar os nossos estádios novos; somos dos países com pior qualidade de vida na UE mas o que interessa é engalanarmo-nos na organização da cimeira da NATO; as pessoas sentem-se inseguras e há portagens em todos os troços com boas vias mas o que interessa é mostrar que temos poder para comprar cada vez mais submarinos e chaimites inúteis; não temos uma voz de jeito no Festival da Canção quase há 20 anos mas sempre dá mais jeito mandar uma Luciana Abreu plastificada e com uma armadura de encher a vista do que os Homens da Luta que, vejam lá a ousadia, vão passar uma má imagem do país!

Concluo dizendo que os Homens da Luta venceram destacadamente as votações online e telefónica e venceram dois distritos na decisão do júri, nomeadamente, Viseu e Bragança. Isso prova que estes concorrentes não estão assim tão deslocados da realidade.

Se é a música ideal? Talvez não.
Se tem a letra certa? Em parte sim.
Se demonstram a atitude correcta? Sem dúvida.

E adivinhem esta: quem é que vai estar, no dia 12 de Março, na Avenida da Liberdade a dar voz ao povo, ali mesmo ao meu lado? Pois é, os Homens da Luta, esses grandes chatos!

sábado, 5 de março de 2011

Amor de Perdição


História de um reino, de uma vida
De um amor maior que tal fraqueza.
Pedaços débeis dessa sina
Envoltos em tão estranha beleza
Foi o destino que os juntou, com certeza!

Alma enorme e sofredora
Símile existência à d’el Rei Justiceiro
Que jaz de frente a quem outrora
Fez dele mais que Rei, feiticeiro
E o casou na vida em terceiro!

Foi a morte impiedosa, atroz e fel
Que fez dela póstuma rainha de Portugal!
E tal Rei que dizem Cruel
Por amá-la de forma tão especial,
Tornou esse amor imortal!



* [breve poema dedicado ao amor mais bonito que a história da humanidade já conheceu e que uniu D.Pedro I a D.Inês de Castro. Segundo a lenda, as lágrimas derramadas por D.Inês de Castro aquando do seu assassinato deram origem à Fonte das Lágrimas na Quinta das Lágrimas, em Coimbra.]


** [Este poema é para a Marta que conheci, precisamente, em Coimbra.
Porque Coimbra une pessoas de tal modo que nunca mais ninguém as irá separar.]

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Estranha Forma de Vida


Estranho modo tem o meu Sporting de tratar quem lhe oferece tanto em troca.

Foi assim com o Manuel Fernandes, com o Sá Pinto, com o Oceano ou, por exemplo, com o Iordanov.
Dão anos das suas carreiras ao Sporting muitas vezes sem títulos para depois serem dispensados ou vendidos por trocos que irão pagar os ordenados a jogadores que, muitas vezes, acabam por ir jogar no Benfica ou no Porto.

Reparem: Liedson esteve no Sporting 7 anos e meio e venceu apenas 2 taças de Portugal e outras tantas supertaças tendo ainda jogado uma final da UEFA.
Fossem todos como ele e a lista de troféus era maior.

Agora sai a meio da época, pela porta pequena, a troco de 2M€ que irão ser investidos nos ordenados da carrada de Saleiro's, Yannick's e Cristiano's que andam por lá.

Logo o Levezinho que, lembro-me, chegou a estar em final de contrato e a poder assinar livremente por outros clubes que o cobiçavam com notas como o Shaktar ou o Besiktas mas sempre manifestou o interesse em continuar em Alvalade.

É nisto que se transformou o meu Sporting?

Sexta-Feira, contra a Naval, lá estarei para a despedida.

Para a eternidade ficam os golos, tantos golos, que correspondem a outros tantos momentos de alegria, felicidade, choro, emoção e amor ao Sporting.
Fica aqui o que escrevi sobre ele.

Um último elogio:
a seguir ao Jardel foi o melhor avançado que vi jogar em Portugal.
Mas bolas, o Jardel era de outro mundo.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

As Janeiras

Para fechar a época natalícia em beleza, desejo-vos um óptimo dia de Reis (mesmo que seja só o que falta dele).

Para acompanhar este meu voto, nada melhor que mais um belo momento do Bruno Aleixo e adequado época.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ainda Gosto Mais de Ti *




Mãe, és fonte inesgotável
De Amor, Ternura e Compreensão
Pela tua dedicação incansável
Estarás sempre no nosso Coração!

Fizeste-nos nascer
E mostraste-nos o Mundo
Não te queremos perder
Nem por um segundo

Sempre com um sorriso aberto
E uma mão pronta a ajudar
Queremos-te ter sempre por perto
Nunca te iremos abandonar

E as palavras que hoje te revelamos
São a prova de que te amamos
Porque Mãe também é mulher
E tu és a Mãe que qualquer filho quer!


Amo-te.

* [último verso de um poema escrito por Fernando Pessoa com 7 anos para a sua mãe: "Eis-me aqui em Portugal / Nas terras onde nasci / Por muito que goste delas / Ainda gosto mais de ti!"]

** [Este foi um texto que escrevi numa altura bem complicada das nossas vidas, pelo Dia da Mãe. Tinha um que queria aqui utilizar, bem mais bonito e profundo, que, para meu desespero, desapareceu do meu computador. A quem o encontrar, peço que o devolva!]



quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Carta ao Pai Natal


Que melhor altura do ano para matar saudades?
Depois de três meses ausente, voltei a fazer sumo e, deliciem-se, este é dos bons.

Esta é uma carta que escrevi ao Pai Natal com 11 anos (!), apenas 9 meses antes de ir para o Secundário. Triste? Não, nunca para mim.

Esta carta para mim é sinónimo de alegria, de inocência e de humildade que permanecerá comigo eternamente, de uma infância recheada de coisas boas onde não existiam consolas nem internet mas onde se priveligiava o contacto humano a jogar futebol na rua até ser noite ou andar de bicicleta a jogar ao pé no chão. Hoje em dia, pena minha, isso já não se usa.

Passo então a transcrever esta carta:

"Olá Pai Natal! Se calhar ainda te lembras de mim, eu sou o Ricardo Jorge Ferreira Rodrigues, tenho 11 anos, nasci a 21.09.1988 e sou da Gouxaria.
A minha família está bem, o meu pai continua como serralheiro, a minha mãe continua como doméstica, o meu irmão mudou este ano para a faculdade de Lisboa, é da turma T06 da Universidade "ISEG" e a minha irmã está no 2º ano ROC na "EPO" (Escola Profissional de Ourém que se situa em Fátima).
Este ano não queria o que todos querem, ou seja, uma playstation, eu queria um equipamento de guarda redes com luvas e se possível sem o símbolo de algum clube.
Também se possível queria dos mais baratos que existem, eu sei um sítio e vou-te dizer qual é, é a "Loja do Sr. Carvalho" e se não souberes onde é pergunta à minha mãe que ela sabe.
Agora me despeço de ti com muitos abraços e já agora Feliz Natal e Ano Novo, adeus Pai Natal.".

Votos de Boas Festas para todos mas, permitam-se, um beijo muito grande à pessoa que mais sofre com o desmenbramento desta família feliz que retrato na carta e, provavelmente, a pessoa que mais amo no mundo, a minha Mãe.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Bom Gigante


Estava fora de Portugal quando soube a (triste) notícia, no passado dia 3, da morte de José Torres.

Deixo aqui hoje o meu apreço a um atleta, que até se notabilizou ao serviço de um clube que não o meu, mas que honrou o meu país. Talvez mais do que o meu país o honrou a ele.

Foi melhor assim, partir do que sofrer na miserável decadência de um corpo e uma mente irreconhecíveis.

És grande, não só de altura, Zé.
Torres de apelido, Torres de Torres Novas, como eu.

Grande na altura, na bondade, no talento e nos sonhos.

Um até já, hoje, no dia em que o Bom Gigante faz 72 anos.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Quando o Feio é Bonito, Nunca Morre.


Morreu o António Feio.

Fica a vida, Bonita, do artista.
Do Homem.


Fica, como sempre, a puta da Saudade.


p.s.: jamais esquecerei o espectáculo dado por ele, juntamente com o José Pedro Gomes, no Barreiro. Fica para a (minha) história.

domingo, 18 de julho de 2010

46664

Um Homem. Um Sonho. Uma Vida. Uma Nação.
A Liberdade.


You're the captain of your soul.

sábado, 12 de junho de 2010

Maradona, El D10S



Hoje arrancou o mundial de futebol 2010. É nesta altura que os mágicos se tornam lendas e alguns se tornam imortais.

Para mim, Imortal, só há mesmo um: Diego Armando Maradona.

Gostava de escrever algo eterno sobre ele mas saberia sempre a pouco pois ele foi grande demais para a minha escrita.

Leiam este texto que resume na perfeição aquele que é o melhor jogador que alguma vez o futebol produziu.

Nem nunca haverá nenhum igual. Poderá haver parecido, mas igual é impossível.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sumo de Kiwi II


Apesar deste blog ter cada vez menos leitores (coisa compreensível face à qualidade duvidosa dos posts) assinalo para aqueles que ainda cá vêm, mesmo que por amizade e compaixão, que hoje se assinala o dia em que o Sumo de Kiwi faz 2 anos.

Este ano não tenho tempo para fazer grandes modificações, apagarei apenas alguns post.
Também de qualquer forma ninguém os lê!

Vou aproveitar o dia para passear, ver a bola e provavelmente pôr em prática uma ideia com quase 3 anos, uma promessa com uns 2 e algo que tenho em mente desde pequenino.

Ora fiquem à espera a ver se não é verdade.

PARABÉNS!
Ao Sumo de Kiwi e a quem teve paciência para ler este post - apenas mais 1 sem jeito nenhum.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Habemus Campione!


E foi assim que nos tornamos na primeira equipa portuguesa a vencer uma competição europeia de andebol.

É deste modo que somos, a par do CSKA de Moscovo e do Barcelona, uma das três equipas na Europa que conseguiu vencer troféus europeus em 4 modalidades colectivas diferentes.

É por isso que, atrás do Barcelona, somos a 2ª equipa na Europa com mais títulos em modalidades colectivas.

É por isto que somos grandes, que somos Sporting.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

14.05.2000




Faz hoje 10 anos (como o tempo passa!) que tive a minha primeira grande alegria futebolística: o meu Sporting conquistou o campeonato nacional de futebol após 18 (!) anos de jejum.

Lembro-me como se fosse hoje de festejar todos os golos como se os jogadores sentissem a minha emoção para marcarem mais e mais. Vencemos 0-4 em Vidal Pinheiro e trouxemos o caneco!

Foi tão especial.

Este foi O título! Para mim, para o Sr. do estabelecimento de Coimbra que manteve até este dia o café ao preço que o tinha em 1982 (data do anterior título do Sporting), foi do José Roquette, foi do Inácio!

Este foi o dia em que tive a certeza que ia amar eternamente o meu Sporting!


Obrigado:

- Ao Iordanov e ao Pedro Barbosa;
- Ao Schmeichel, ao Cesar Prates, ao André Cruz, ao Duscher, ao De Francheschi e ao Acosta;
- Ao Nelson, ao Beto, ao Rui Jorge, ao Vidigal, ao Delfim, ao Edmilson, ao Toñito, ao Ayew e ao Mpenza;
- Ao roupeiro Paulinho!

EU AMO O MEU SPORTING!

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Manifesto Anti-Palhaçada



Ora vamos lá a ver:

o Estado Português é laico, certo?

Mas o Estado Português (no limiar da falência) concede dias de folga à função pública para ir ver o Papa com a defesa dos "betinhos" do CDS, uma empresa pública regulada pelo Estado como a Carris anda com bandeirinhas do Vaticano em cima das camionetas que chegam com 20 minutos de atraso para dar passagem a Sua Santidade, a RTP que se caracteriza por um serviço público de isenção faz 30 especiais por dia para acompanhar os passos de Bento XVI, as escolas (públicas!) fecham para os meninos irem prestar vassalagem ao homem de branco numa reencarnação da Mocidade Portuguesa adaptada aos tempos modernos.

O Estado Português é laico, uma ova!
É tão laico como o do Vaticano!

O Dalai Lama veio a Portugal e nem sequer foi recebido por todos os Partidos com assento parlamentar.

Se isto é Portugal, então eu sou espanhol.

Plim.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Imagine

A história é simples e resume-se a uma espécie de Morangos Com Açúcar com pequenas diferenças: tem qualidade, os actores sabem representar e, a juntar a isso, cantam com qualidade.

Falo-vos da série norte-americana Glee, em exibição na Fox Life.

A cena que aqui apresento é apenas mais uma entre as dezenas de fantásticas que podia escolher (basta verem no Youtube a versão Glee de "Dancing With Myself", "Rehab", "Sweet Caroline" ou "Halo/Walking on Sunshine").

Mas esta em particular deixou-me encantado com a beleza, a profundidade e o significado que os jovens do coro puseram nesta versão da música de John Lennon "Imagine".

Três escolas estão a preparar-se para competir num concurso de coros e todas elas têm particularidades:
- A primeira escola é composta por raparigas com problemas sociais e disfarçam o facto de dançarem menos bem com os movimentos corporais que põem nas suas coreografias;
- A segunda escola, o coro Glee, percebe que pode perder o concurso para estas raparigas e cria um espírito de competitividade que levará o Professor Will a abdicar dos seus próprios príncipios para levar os seus alunos à vitória;
- E é aí que entra em acção a terceira escola: uma escola de surdos que interpreta "Imagine".

Quando o coro de surdos começa a cantar, um sentimento de vergonha invade o Professor Will e os seus alunos por se preocuparem tanto com a vitória quando aqueles míudos apenas querem participar.
Pena que nesta versão que encontrei a voz do surdo que canta fique abafada a certa altura porque no episódio da série ouvia-se perfeitamente e estava ainda mais profundo.

O que se gera a partir daí é apenas filme e as suas fantasias que, obviamente, também fazem parte. Mas fica a mensagem.

E é curioso ver que os três jovens que começam por cantar esta música são um surdo negro, uma negra obesa e um paralítico branco. "You May Say I'm a Dreamer... But I'm Not The Only One"!


Há disto na Morangada ou resumem-se a ir buscar "actores" às agências de modelos?!...

segunda-feira, 22 de março de 2010

Uma Flor. Uma Pequena Flor.


Porque por cada flor que nasce e nos é querida, a nossa vida reforça-se de sentido.


p.s.: a foto está, propositadamente, distorcida.

domingo, 14 de março de 2010

sábado, 23 de janeiro de 2010

É Bruno Aleixo No Sumo de Kiwi!


Esta personagem criada pelo GANA deve ser a coisa mais idiota e mais fascinante que já me apareceu na vida.

Já ninguém, à excepção do meu irmão, me pode ouvir falar no Bruno Aleixo. Ou Bruno Alheixo, como diria o próprio.

Para quem não conhece, Aleixo é um Ewok (personagem do Star Wars) na sua infância mas mais tarde devido à perseguição dos Ninjas transforma um pouco o seu visual e fica com a aparência do que seria o cruzamento entre um Urso e um Cão.

Aleixo, com o seu sotaque muito particular, representa o que, ao fim ao cabo, todos os portugueses são: um fura vidas sempre com um estratagema para enganar o próximo.

Tem vários amigos dos quais, na sua infância, podemos destacar o seu irmão Toninho, o Ramiro, o Constantino, o Vasco ou o Rui Manuel. No entanto, apenas o Rui Manuel continuará seu amigo no futuro mas sucede que será chamado de Ribeiro, um médico que tem uma doença que o faz ser invisível. Há ainda o Busto (uma representação do busto de Napoleão Bonaparte), o Primo do Busto (Beethoven em gesso), o Nélson (porteiro do prédio do Bruno), o Renato (estudante com um ar de retardado assombroso), o Aires (dono do café onde o Bruno joga à sueca) e o Homem do Bussaco que vive sozinho na montanha. Mantém um relacionamento próximo com a sua família no Brasil e com o dono da pensão onde fica instalado nas suas viagens transatlânticas: o Seu Jaca.

Podemos ver vários sketches do Aleixo pois ele tem várias rúbricas desde "Aleixo na Escola" (a melhor de todas), "Aleixo no Hospital", "Aleixo no Brasil", "Os Conselhos Que Vos Deixo", "Aleixo FM", entre muitos outros.

Queria deixar aqui um vídeo apenas mas não fui capaz. Deixo-vos três, um do Aleixo em míudo, um em transformação e outro já adulto! Vejam e espero que gostem tanto como eu!















terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Um Grande AmiGUInho



Hoje, 12 de Janeiro de 2010, o Gui faz 22 anos.

Infelizmente, ele já não está fisicamente comigo pois faleceu a 27 de Novembro passado.

No entanto, há amigos que não se esquecem e, acreditem ou não, o Gui é um Amigo que jamais esquecerei e que foi a única coisa que tive para abraçar em tantos momentos de solidão.

Porque um Amigo não tem necessariamente que falar ou que nos compreender.
Tem que lá estar para nós, olhar para nós e ser parte de nós.

Além do mais, ele significa para mim o amor que tenho pela minha avó Natércia, que infelizmente também já partiu.

Para quem me conhece, sabe o que eu sinto por ele.
O Gui é e será sempre o Gui.

E ele estará para sempre comigo e marcado em mim: na Alma e na Pele.

Amo-te Pinguin (Gui).

sábado, 12 de dezembro de 2009

O Mergulho do Ano

Espero que o sentido de humor do João que o levou a mergulhar tantas vezes para nos proporcionar outros tantos momentos de gargalhadas permaneça intacto e me deixe assim partilhar com o resto do mundo esta relíquia!

Sentem-se, respirem fundo e contemplem: o Mergulho do Ano!



segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Nobel do Fanatismo: Ocidentais Cristãos



Acho piada aos ocidentais cristãos. Têm piada, a mesma piada que caracteriza os manifestantes de extrema direita ou as claques de futebol mais agressivas, porque só têm a importância que lhes damos e a piada incide em vermos as figuras patéticas que as pessoas fazem escondidas atrás de uma capa dogmática como a religião cristã.


Não compreendo como é que os cristãos criticam tudo o que lhes faz espécie na sociedade e depois se alguém lhes aponta o dedo reagem como virgens ofendidas. Faz lembrar aquele miúdo que na escola está sempre a dar caldunços aos colegas mas se há um que responde, ele vai a chorar para casa fazer queixinhas à mãe.


Ora, a Igreja católica (possivelmente como outras igrejas cristãs) comenta tudo o que se passa no mundo, se for preciso o Padre no domingo de eleições diz em quem as pessoas hão-de votar em pleno altar, é uma instituição retrógrada nas suas perspectivas, acha-se um poder superior até ao próprio poder estatal, tem influência em todos os sectores da sociedade mas, e por mais paradoxal que possa parecer, tem tendência a morrer aos poucos. Faz lembrar o comunismo: vive centrado em ideias ultrapassadas, capta na sua maioria a população mais idosa e se alguém critica os seus ideais excomungam publicamente esse alguém.


É curioso que, partiu de um reconhecido comunista e prémio Nobel da Literatura (1998), José Saramago, a mais recente crítica à igreja cristã.


As bases da Igreja cristã são dogmáticas, ou seja, acredita quem quer. Mas, na realidade, aqueles que não acreditam são vistos na sociedade como a “ovelha negra”.

Já notaram neste aspecto: as pessoas mais novas hoje em dia dizem-se católicas porque sim; Porque o pai era, a avó era e elas também têm que ser sem perceberem bem o que estão a fazer numa missa ou com um crucifixo ao peito. Além dos aspectos científicos adjacentes ao próprio ser humano, as únicas acções que são entendidas como sendo do processo natural do crescimento do Homem são os processos cristãos: baptismo, casamento, etc. Se eu disser que não me quero casar ou que não quero um símbolo religioso no meu funeral aparecem logo as velhinhas da aldeia a dizer que sou louco. Porquê?!...

São essas mesmas ideias cerradas que consideram o livro de Saramago “Caim” como um documento maldito mesmo sem o terem lido. São pessoas que aceitam as coisas sem as estudarem, sem as lerem. São pessoas que não sabem do que falam.


No outro dia, alguém me disse: “Mas se o Saramago é ateu, é porque não conhece a Bíblia”. Completamente errado, minha cara. Tenho a certeza que José Saramago conhece melhor a Bíblia que a maior parte das virgens ofendidas que o vêm agora criticar na praça pública como se fazia, e disse Saramago muito bem, nas fogueiras inquisitórias.


Eu próprio deixei de ser crente quando comecei a ler a história do cristianismo e, principalmente, a da Igreja Católica. É das instituições mais criminosas que temos hoje em dia. Acredito em Jesus Cristo enquanto pessoa e ser humano muito inteligente para a época em que viveu. Nada mais que isso.


Contudo, já me sucedeu ir à missa, por circunstâncias muito específicas, e depois uma dessas sujeitas que nem sabe o que lá está a fazer me criticar por eu não ter feito o crisma, em frente ao Padre, e acabar por fazer figura de pateta quando abertamente eu citei uma das passagens que o Padre tinha dito na missa e que, de certa forma, justificava a minha opção de não fazer a crisma. Ou seja, eu, que não acredito, percebo mais e estive com mais atenção às palavras do Padre que a menina esperta que fez o crisma (possivelmente para mostrar um fato novo na igreja).


Respeito quem acredita mas faz-me espécie este tipo de exemplos: a D.Maria foi operada com sucesso à vista e, quando já não via quase nada passa a ver muito bem. Então, a D.Maria, uma senhora muito católica, vai a Fátima gastar a reforma dela na forma de velas e donativos porque Deus fez um milagre. Eu gostava de ver, se a operação tivesse corrido mal, se a D.Maria ia processar o médico ou Deus, porque o milagre já não tinha acontecido.


São crenças que respeito mas não acredito. Como Saramago não acredita e só porque disse publicamente que “a Bíblia é um manual de maus costumes que defende um Deus cruel” é crucificado publicamente. Tal como Cristo foi por defender ideias próprias! Irónico, não é?...


O exagero e o fanatismo são de tal ordem que agora parece que Saramago perdeu todas as qualidades literárias e todos os prémios que recebeu lhe foram mal atribuídos. Há mesmo um deputado do PSD que sugeriu a Saramago que renunciasse à nacionalidade portuguesa ao que o escritor se limitou a dizer que se “sentiria estúpido se lhe respondesse”. É o que digo: esta malta tem piada se os deixarmos a espumar a raiva sozinhos.


Como esse tal de Sousa Lara que em 1991 nada mais fez do que assumir que o Estado tem religião ao proibir que “Memorial do Convento” fosse leccionado nas escolas portuguesas. Para mim, isso foi crime: o Estado português é laico! Mas, como disse, a Igreja Católica tem poderes superiores ao do próprio estado, logo não me surpreende.


E alguém acredita que Saramago fez isto por publicidade?!

Ele que tem um prémio Nobel, 87 anos de idade, obras publicadas em todos os continentes e nas mais variadas línguas, a vida feita, os livros que tinha a vender já os vendeu, fez isto por publicidade?! Curioso é que o livro que disparou as suas vendas nas livrarias durante a semana passada em resultado da polémica foi… a Bíblia!


Não sei se se recordam mas aqui há uns três anos um cartoonista dinamarquês, não sei em que contexto, ofendeu a Religião Muçulmana através de uma publicação num jornal. De imediato os muçulmanos reagiram abruptamente e então, os ocidentais cristãos, que se julgam donos da razão religiosa, acusaram os muçulmanos de exagero, extremismo e fanatismo.


Esses tais que, agora com Saramago, reagem exactamente da mesma forma.


O Fanatismo faz as pessoas cegas!


terça-feira, 6 de outubro de 2009

Nova Oportunidade


Ninguém vence nesta vida sem abdicar dos seus princípios.
Mas, abdicando dos princípios, não estamos a vencer, estamos-nos a render.

Eu prefiro ir lutando e sonhando para poder contrariar a frase com que comecei este post.

A vida tem-me sido traiçoeira mas se não desisti até aqui, e se me sinto agora com cada vez mais força para ir em frente e não desistir, não há razões para não lutar cada vez mais.

Está é uma última Nova oportunidade. A que eu sempre quis.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Christian, O Leão!




Esta é uma história de Amor que descobri ao ver o programa de Oprah Winfrey.
É Poesia. É Vida. É um Conto de Fadas.

E como todos os Contos de Fadas, eu vou contar-vos resumidamente a história deste, começando por...


"Era uma vez, um pequeno leão que estava para venda, dentro de uma pequena jaula, no Harrods, em Londres. Corria o ano de 1969 (O Verão do Amor) quando John Rendall e Ace Berg, dois jovens amigos, passaram em frente à famosa loja londrina e decidiram comprar o leão, apelidando-o de Christian.

Rapidamente Christian ficou grande demais para viver com eles e a sua natureza exigia um ambiente mais adequado. Deste modo, os dois amigos decidiram, em 1971, levar Christian até à selva africana, no Quénia, onde passou a viver num parque natural.

Em 1972, já um ano após terem deixado Christian em África, os dois amigos decidiram voltar para o ver. Foram avisados que era uma atitude arriscada pois Christian era já um leão adulto que era líder do seu grupo, um leão mais agressivo do que quando o tinham visto pela última vez e habituado a atacar.

Mesmo assim, os dois amigos decidiram que queriam ver Christian.

Certamente, uma atitude arriscada, tendo em conta tudo o que lhes foi descrito.
O curioso é que, quando Christian viu os seus antigos donos à sua espera, parou e...

Bem, agora é a altura para verem o vídeo!"


Posso adiantar que, após este encontro, Rendall e Berg voltaram no ano a seguir para estar, pela última vez com Christian. Passaram, os três, nove dias sozinhos em África.

Nesta altura devem vocês estar a pensar: "Como é isto possível?!".
Caros amigos, a resposta está no vídeo: "Porque o amor não tem limites e a verdadeira amizade é eterna!".

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O Raúl: Da Pátria. Do Povo. Do Palco.


Podia, como fiz no segundo post que escrevi no Sumo de Kiwi ("Fernando, uma genial Pessoa"), fazer acerca de Raúl Solnado uma sinopse do que foi a sua vida profissional.

Não quero. Podia, mas não quero.

Isso vou deixar para quem percebe, para quem sabe, os críticos e os que o viram em palco no auge da sua carreira.

Sei pouco de Solnado. Sei muito do Povo.
Solnado era do Povo.

Como o Fialho Gouveia, que nos disse um "Até Já" ou como o Carlos Cruz.
Estes três apresentaram um dos mais cómicos programas de Humor em Portugal. Digo-o porque o sei, porque o comprovo na RTP Memória (sim, este canal é o expoente máximo de serviço público). As suas interpretações de Ludgero Clodoaldo são maravilhosas!
Sim, porque actualmente existe em Portugal a tendência para confundir Humor com Brejeirice. Solnado fazia Humor, do bom.

"Ensinou a rir um país que não está habituado a rir" - disse Carlos do Carmo, numa saudação final a Solnado.

Como disse, o trajecto profissional de Solnado e as suas qualidades artísticas entram quase em segundo plano neste contexto. Aliás, quase todos os que falaram e o conheciam de perto, destacaram em primeiro lugar as suas qualidades humanas.

"É do Povo, é um dos últimos artistas acarinhado pelo Povo", destacou Vítor de Sousa. Num país onde reinam os "Chunga-Chiques" (como os apelida, e justamente, um amigo meu), Solnado era um oásis no deserto de talento que existe no nosso país.

Ele fazia rir. Perdão, ele ainda hoje faz rir. 40 anos depois vejo "Zip Zip", "Quem Te Viu e Quem TV" ou a sua famosa "Guerra de 1908" e rio desalmadamente. Por falar em "almada", quase nem queria acreditar quando soube (na RTP Memória) quem foi o primeiro convidado do "Zip Zip": José de Almada Negreiros, um dos artistas que englobou a chamada Geração de Orpheu e que escreveu um dos melhores textos que já li na vida: "Manifesto Anti-Dantas", magnifico.

Um cruzamento de gerações absolutamente imperdível e inesquecível.

Raúl Solnado contornou através da sua "Guerra de 1908", da forma mais inteligente, graciosa e corajosa a censura ao regime ditatorial vigente em Portugal, pela mão do Professor Doutor Marcello Caetano, abordando a Guerra Colonial em África.

Solnado é e será sempre, por isto, da Pátria.
Solnado é e será sempre, por isto, do Povo.

Que o Povo e a Pátria se unam para que ele seja imortalizado no palco, num hipotético Teatro Raúl Solnado.

"Eu não me venho despedir... porque ele vai estar sempre comigo" rematou Francisco Nicholson, embebido em lágrimas, destacando assim a figura de Raúl Solnado.

Raúl é daqueles que não morre. Apenas vai ali e nós vamos já ter com ele. Entre uma coisa e outra fica a saudade dos que o adoram e a gratidão dos que o admiram.

Jorge Gabriel escreveu um dia palavras que nunca esquecerei, acerca da morte de outro Raúl (Durão): "Eu lutei Raúl. Lutei muito, sofri outro tanto e chorei ainda mais. Mas consegui.".

Portugal, não o Povo mas a Pátria, faz o epitáfio de Raúl de forma semelhante: "Portugal lutou Raúl. Lutou muito, sofreu outro tanto e contigo riu ainda mais. Mas conseguimos."

Conseguimos a Liberdade.
Lado a Lado.

Aos 79 anos, este é apenas um "Até Já" do Artista, muito contra a sua vontade como referiu Alice Vieira.
Com certeza, as suas últimas palavras para o Povo terão sido... "Façam o favor de ser Felizes!".

sábado, 11 de julho de 2009

Sumo de Kiwi I


"I'm Back!".

Quem gosta do clássico Exterminador Implacável, e quem se deliciou na infância, como eu, com o robô interpretado por Arnold Schwarzenneger e pelo miúdo John Connor, entenderá o que significa ouvir esta frase.

Traz-nos à memória as lágrimas de John Connor enquanto o robô se deixa diluir em lava após dizer a famosa frase "Hasta la vista, baby", acenando positivamente com a mão direita.

Lindo. Mesmo para um robô.

Contudo, o que podem guardar desta introdução é mesmo o "I'm Back!". É verdade, estive desaparecido da blogosfera durante 3 meses mas prometo que não me volto a ausentar tanto tempo, mesmo tendo noção que nenhum de vós teve saudades da minha presença neste espaço. Isto partindo do princípio que alguém está a ler isto.

E, no meio desta ausência, celebrou-se, no passado dia 11 de Junho de 2009, o primeiro aniversário do Sumo de Kiwi. É verdade, um ano a triturar sementes é... muita fruta. "Parabéns", é o mínimo que podem dizer, nem que seja apenas por simpatia!

Mesmo assim, gosto da experiência e mesmo que esteja aqui a escrever para ninguém ler, eu continuarei a escrever.
Porque gosto. Porque Escrever é a arte suprema.

Deste modo, e hoje que faz 1 ano e 1 mês, dia 11 de Julho de 2009, decidi renovar o Sumo de Kiwi. Deste modo, procedi a algumas alterações que incidem na renovação do design da página principal em termos de cor e formato, alterei também a descriçaõ do blog deixando uma dedicatória para alguém que me inspira todos os dias - sim, o João Carlos continua presente -, revelei finalmente a verdadeira razão do blog se chamar Sumo de Kiwi e eliminei grande parte dos textos (que guardo em arquivo pessoal) deixando apenas aqueles que têm para mim um significado especial.

Neste primeiro ano, os sumos por mim feitos nesta página foram comentados por 27 pessoas diferentes num total de 88 comentários, sem contabilizar os anónimos. Agrada-me que as pessoas que lêem o Sumo de Kiwi critiquem os meus textos e, nesse contexto, decidi premiar o leitor que por mais vezes comentou o meu blog.

Julgo ser uma iniciativa que premeia essencialmente pela criatividade e pelo divertimento do que propriamente uma recompensa para ver quem mais comenta os meus textos. Nada disso, até porque o prémio não tem valor algum, é apenas simbólico e tem relação directa com a essência do Sumo de Kiwi. Resumindo: sou apenas um idiota iluminado que gosta de se divertir.

Mas, e como alguém tinha que ser distinguido, deixo aqui o pódio e, logicamente, o número de comentários realizados, respectivamente:



  1. Mariana Fiadeiro - 15 comentários;


  2. David Calado - 14 comentários;


  3. Ana Rita Teles - 10 comentários.

Sendo assim, querida namorada, acabaste de vencer o tal prémio que, quando for entregue, todos os devoradores de kiwi ficarão a conhecer qual o valioso prémio que o Sumo de Kiwi se orgulha de atribuir. A parte do valioso é mesmo só brincadeira.

Para o ano haverá mais prémios.

Até lá, "Hasta la vista, Baby!".

terça-feira, 10 de março de 2009

Menino Da Alegria


Conheci um menino cheio de alegria
Que sonhava de noite e amava de dia
Como se nascesse sempre em cada amanhecer
Como se não houvesse tempo a perder

E esse menino crescia sempre com o mesmo sorriso
Como quem nos dá sem ser preciso
Juntava todos os pedaços ao seu redor
Como quem põe em cada entrega um pouco de amor

Um beijo, um abraço, sempre um pouco de afecto
Não sei para onde foste mas estás sempre por perto
Algo que enche o coração e fica para além do tempo
Porque te transporto sempre no meu pensamento

Conheci um menino cheio de alegria
Que dizia em segredo que nunca me deixaria
Como se fossemos uma irmandade
Como se fosse muito mais que Amizade

E esse menino que agora vos canto
Ouve-me com orgulho e sem espanto
Porque esta amizade florescia e nunca morreria
Canto para ti, Menino da Alegria

Um beijo, um abraço, sempre um pouco de afecto
Não sei para onde foste mas estás sempre por perto
Algo que enche o coração e fica para além do tempo
Porque te transporto sempre no meu pensamento


Conheci um menino cheio de alegria
Vivíamos os dois na mesma sintonia
E enquanto me deito à noite desfeito
Abraço refeito as lembranças que me enchem o peito

E esse menino que agora vive no céu
Está à minha espera e de tudo o que é meu
E eu anseio sem medo esse dia
Em que irei ter com o Menino da Alegria

Um beijo, um abraço, sempre um pouco de afecto
Não sei para onde foste mas estás sempre por perto
Algo que enche o coração e fica para além do tempo
Porque te transporto sempre no meu pensamento


Para o João Carlos,
com quem desejo um dia partilhar o céu.

Parabéns Meu Irmão, Amo-te.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Balada do Levezinho




Chuta Leve, Levezinho
Contra o Moreira ou contra o Quim
Será de cabeça ou pé direito?
Mais um golo será feito
Contra o Benfica é sempre assim!


É talvez a arte e o talento
Daquele que nunca se fica
Vai à procura de mais um tento
E da falta de genica
Da defesa do Benfica...


Quem chuta, assim, Levezinho
Com tão estranha leveza
Que procura o golo de mansinho
Que manda os lampiões falar baixinho
É certamente uma beleza!



p.s.: Esta é apenas uma forma de agradecer a vitória de ontem. Mas que grande alegria! A toda a equipa mas, em particular, ao Liedson!

p.s.: Estas 3 batatinhas estavam atravessadas desde a primeira volta. Do príncipio ao fim fomos, naturalmente, superiores aos meninos que vestem de encarnado.

p.s.: Quase que me esquecia: Na vitória como na derrota, Amo-te Sporting.