sexta-feira, 13 de junho de 2008

Fernando, uma genial Pessoa


Fernando António Nogueira Pessoa. Se fosse vivo faria hoje 120 anos. Mas não, Fernando, a pessoa, deixou-nos ainda bem cedo, em Novembro de 1935. Cedo, muito cedo para quem pegava nas palavras como ele e as transformava no que de mais belo o universo nos pode contemplar. Mas, Camões se revire no caixão, Fernando, o génio, jamais nos deixará para bem dos nossos pecados e para mal de Camões, caso quisesse todo o protagonismo só para si.

Disse então um dia o jovem Pessoa que mais tarde, se quisessem fazer a sua biografia, nada mais simples do que resumi-la às datas do seu nascimento e da sua morte – tudo o resto lhe pertencia apenas a ele. Desculpa, amigo, estás enganado. Digo de ti o que um dia Salazar disse na cara de Eusébio: “És património nacional”. Assim sendo, tudo o que fizeste, sonhaste, pensaste, escreveste e viveste, é de todo um país que apresenta em figuras como tu o expoente máximo da soberba lusitana. Talvez hoje sejas o mais próximo que temos do teu tão desejado “Quinto Império”.

Foste tudo. Quiseste ser tudo. Irás ser sempre tudo. Por causa disso, farei sempre uma vénia cada vez que passar por ti, ali no Chiado.

Era estranho ouvir o meu irmão passear pela casa a cantar os teus poemas mas era tão estranho e, simultaneamente, tão envolvente que também comecei a sentir-me tentado a entrar no teu mundo. Hoje e sempre irei procurar conhecer mais a tua obra. Porque é maravilhosa. Enquanto digo isto Camões revira-se novamente no caixão, mas calma Luís… diz lá a verdade, se tivesses tido o prazer de apreciar o legado de Pessoa, não concordarias também que é maravilhoso?...

Ninguém sabe ao certo quem era Pessoa… um louco ou um génio? Um talento ou um atrevido? Enigmático ou fingidor? Isso nunca ninguém conseguirá definir, pois nem o próprio conseguia definir o seu “eu” que sempre se encontrou fragmentado. Mas, por assim ser, tornou-se incontornável ao ponto de ser equiparado com Pablo Neruda como “o melhor escritor do século XX”, pelo crítico literário Horald Bloom. Por isso, merecia que hoje fosse o seu dia.

Para a eternidade ficam poemas como “Tabacaria” (Álvaro de Campos), “Mar Português”, “O Infante”, “O Quinto Império”, “O Mostrengo” ou “Nevoeiro” (Fernando Pessoa), entre muitos, muitos outros.

“I know not what tomorrow will bring…”. Nem tu, nem eu, nem sequer o Camões sabe. Ninguém sabe e porque amanhã é sempre tarde demais, aqui fica, hoje, a homenagem.

A Fernando Pessoa.


p.s.: É também uma homenagem aos génios que contemporizaram com Pessoa: José de Almada Negreiros, Mário de Sá Carneiro, Amadeo de Souza Cardozo e Santa-Rita pintor.
p.s.: Faz hoje, também, 50 anos que faleceu outro grande artista português: Vasco Santana. Uma saudação especial.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sabes que mais..és um artista, não tenho grandes dúvidas de que daqui a uns anos terás um enorme sucesso, escreves como ninguém!!Ainda vai valer dinheiro a canção do Rui Veloso (muito bem) adaptada por ti que tenho guardada lol
E hoje em dia de aniversário, será que se encontra no Chiado ou terá ele ido dar uma volta??
Beijinho grande amigo, adoro-te...

Anónimo disse...

Nunca damos a verdadeira importacia as palavras. E no fundo são as palavras que nos libertam. A loucura e o génio de cada um, com um encanto especial, numa euforia desmedida de sentidos. Revolucionários e Expressivos, sabiam viver cm ninguém-esses grandes,Artistas!@Teles